Existem algumas formas de resolver raízes não exatas, vamos conhecer cada uma delas?
Para conhecer mais sobre raízes de números naturais exatas, acesse:
https://didaticursos.blogspot.com/2020/10/raiz-de-numeros-naturais.html
METODO 1: Sucessões de tentativas.
Vamos pensar na raiz de 5:
√5
se pensarmos em potencias possíveis próximas teremos
2² = 2x2 = 4
3² = 3x3 = 9
logo a resposta de √5 esta entre 2 e 3 uma vez que √4 < √5 < √9.
Nesse caso, vamos por tentativa entre 2 e 3, exemplo:
2,5² = 2,5 x 2,5 = 6,25
logo o valor é menor que 2,5
2,4² = 2,4 x 2,4 = 5,76
2,3² = 2,3 x 2,3 = 5,29
2,2² = 2,2 x 2,2 = 4,84
então descobrimos que o resultado esta entre 2,2 e 2,3. vamos testar 2,25?
2,25² = 2,25 x 2,25 = 5,06
2,24² = 2,24 x 2,24 = 5,01
2,23² = 2,23 x 2,23 = 4,97
Logo a resposta aproximada com 2 casas para √5 será 2,23 - pegamos o menor valor aproximado, uma vez que não deu exata, porém caso sinta necessidade pode continuar tentando adicionando uma terceira casa no 2,23.
na calculadora teremos como resposta: 2,2360679774997896964091736687313
METODO 2: Método Babilônico.
Para fazer esse método temos que realizar os seguintes passos:
- Inicie com um número positivo arbitrário r (preferencialmente menor e próximo da raiz );
- Substitua r pela média de r e

- Repita o segundo passo para obter uma aproximação melhor.
Lembrando que esse método é de aproximação, tendo uma pequena margem de erro.
Vamos ao exemplo:
√55
1 - Inicie com um número positivo arbitrário r.
Ache o menor quadrado perfeito que mais se aproxima do número dado. Nesse caso o quadrado que mais se aproxima é 49 (7x7).
Nota: Usa-se sempre o quadrado menor que o número procurado, mesmo que o quadrado maior seja mais próximo.
Extraia a raiz quadrada do quadrado que mais se aproximou. A raiz quadrada de 49 é 7. Nesse exemplo chamaremos 7 como A (A = 7).
2 - Substitua r pela média de r e n/r
Divida o número original por A, ou seja, 55 / 7 = 7,85. Nesse exemplo chamaremos 7,85 como B (B = 7,85).
Somamos A com B e dividimos por 2.
7 + 7,85 = 14,85
14,85 / 2 = 7,425
O resultado chamaremos de C (C = 7,425).
3 - repita o segundo passo para obter uma aproximação melhor
Agora dividimos o número original (nesse caso 55) por C.
55 / 7,425 = 7,407
O resultado chamaremos de D (D = 7,407).
Novamente, usando do mesmo procedimento, somaremos C e D e dividimos por 2.
7,425 + 7,407 = 14,832
14,832 / 2 = 7,416
Esse número chamaremos de E (E = 7,416).
E assim podemos continuar repetindo. Mas pararemos aqui com a resposta de que √55 = 7,416
Na calculadora a √55 7,4161984870956629487113974408007
METODO 3 - Equação de Pell e Aritmética Mental
A equação de Pell permite encontrar a parte inteira de uma raiz quadrada simplesmente subtraindo inteiros ímpares até não ser possível a subtração.
Vamos tentar aplicar a equação de Pell em uma raíz exata:
√121
121 - 1 = 120
120 - 3 = 117
117 - 5 = 112
112 - 7 = 105
105 - 9 = 96
96 - 11 = 85
85 - 13 = 72
72 - 15 = 57
57 - 17 = 40
40 - 19 = 21
21 - 21 = 0
fizemos a conta em 11 passos e chegamos a zero, logo nossa raíz é exata e dará 11.
ou seja 11 x 11 = 121
√16
16 - 1 = 15
15 - 3 = 12
12 - 5 = 7
7 - 7 = 0
Zerou confirmando que a raíz é exata e fizemos em 4 passos, logo a raiz de 16 é 4 pois 4 x 4 = 16
Vamos tentar agora uma raíz não exata, por exemplo √19
para calcular a parte inteira da raiz quadrada de 19, calcula-se a sequência:
19 – 1 = 18
18 – 3 = 15
15 – 5 = 10
10 – 7 = 3
3 - 9 = Acabou por aqui
Como 3 é menor que 9 que seria o próximo impar a ser diminuído, logo paramos por aqui, e como fizemos em 4 passos, logo nossa parte inteira é 4.
Agora para achar as casas decimais fazemos o seguinte:
resultado do último passo * 100 e número de passos da sequência anterior * 20 + 1
então teremos aqui:
3 x 100 = 300
4 x 20 + 1 = 81
então continuaremos assim:
300 - 81 = 219
219 - 83 = 136
136 - 85 = 51
51 - 87 = não da, parou por aqui.
Logo fizemos em 3 passos, então o primeiro digito depois da virgula é 3, ficando 4,3
Se quisermos saber mais casas, repetimos os passos anteriores:
resultado do último passo * 100 e número de passos da primeira sequencia como dezena e da sequencia sequência anterior como unidade * 20 + 1
51 * 100 = 5100
primeira sequencia = 4 como dezena = 40
sequencia anterior =3
logo usaremos 43
43 * 20 + 1 = 861
continuando então:
5100 - 861 = 4239
4239 - 863 = 3376
3376 - 865 = 2511
2511 - 867 = 1644
1644 - 869 = 775
775 - 871 = Não da, logo parou por aqui.
Aqui fazemos em 5 passos logo o segundo número depois da virgula é 5, ficando então 4,35
Na calculadora temos como resposta: 4,3588989435
Mais um exemplo:
√7
7 - 1 = 6
6 - 3 = 3
3 - 5 = Não da, logo parou aqui
foram 2 passos logo o valor inteiro é 2.
agora pegamos o ultimo resultado * 100 e o número de passos * 20 + 1
logo:
3 x 100 = 300
2 * 20 + 1 = 41
300 - 41 = 259
259 - 43 = 216
216 - 45 = 171
171 - 47 = 124
124 - 49 = 75
75 - 51 = 24
24 - 53 = Não da, parou por aqui
Foram 6 passos, logo a primeira casa depois da virgula é 6. ficando 2,6.
para continuarmos faremos de novo o ultimo resultado * 100 e o primeiro numero de passos como dezena e o ultimo como unidade * 20 + 1
24 * 100 = 2400
26 * 20 + 1 = 521
2400 - 521 = 1879
1879 - 523 = 1356
1356 - 525 = 831
831 - 527 = 304
304 - 529 = Não da, parou por aqui
foram 4 passos, logo o próximo número é 4 ficando: 2,64
Na calculadora temos: 2,6457513111
MÉTODO 4 - Aproximação por quadrado da soma de dois termos
√32
o quadrado perfeito ao redor é √25 = 5 x 5 e √36 = 6 x 6... Como 36 é mais próximo de 32 usaremos ele, usando a formula teremos
p = 36
q = 32
√65 =
Nesse caso as duas raízes perfeitas são √64 = 8 e √81 = 9
Logo usaremos o √64 pois é mais perto, então:
p = 64
q = 65
MÉTODO 5 - Método de Herão.
Herão de Alexandria foi um matemático de destaque com muita controvérsia sobre a época em que viveu, havendo estimativas que variam de 150 a.C. a 250 d.C.. seus trabalhos de Matemática e Física são numerosos e variados, sendo considerado um enciclopedista. Em seu Livro A Métrica, encontra-se o método de Herão de aproximar a raiz quadrada de um número inteiro não-quadrado perfeito. Tal método é hoje utilizado com freqüência por computadores e permite sucessivas aproximações.
Dada a raiz quadrada de um número n, assumindo a0 como uma aproximação inicial, temos:

Uma melhor aproximação será dada pela próxima iteração:

Assim prossegue e a cada iteração melhora a aproximação da raiz.
A saber: Se n = a ∙ b, então (a + b)/2 é uma aproximação de √n, que melhora com a proximidade de a e b.
Após a escolha da aproximação inicial a0, podemos construir o algoritmo:

Onde, para cada iteração k, para todo k = 1, 2, 3, …, encontramos uma raiz ak mais aproximada de n.
Surge então a questão: Até quando essas iterações seguem-se? Para evitar que o programa entre numa rotina de cálculos infinitos, inicialmente devemos impor limites, não para as iterações, mas para o erro da aproximação. Ou seja, se quisermos obter uma aproximação de uma raiz com pelo menos 5 casas decimais corretas, com o erro E < 10– 5 , por exemplo, devemos impor uma precisão ε = 1 . 10– 5 e devemos, a cada iteração, fazer o teste da raiz aproximada para checar se satisfaz a precisão ε imposta inicialmente. O erro é dado por E = |(ak)2 – n|. Se o valor absoluto do quadrado da raiz aproximadaak, subtraída de n for menor que a precisão ε, então tome ak como raiz aproximada.
Exemplo: Aproximar √3 pelo método de Herão com precisão de ε = 1 . 10– 4.
Exemplo: Aproximar √3 pelo método de Herão com precisão de ε = 1 . 10– 4.
Como a raiz quadrada de 3 está entre 1 e 2, tomamos como aproximação inicial a0 = 1,5.
Testamos o erro da aproximação inicial a0. Como |1,52 – 3| > 10– 4, continuamos as iterações:
Fazemos:
k = 1


Como |1,752 – 3| > 10– 4, continuamos as iterações:
k = 2


Como |1,7321428572 – 3| > 10-4, continuamos as iterações:
k = 3


Como |1,7320581001472 – 3| < 10-4, tomamos a3 como raiz aproximada de √3, com precisão até a sétima casa decimal.
Na calculadora o resultado de √3 é 1,7320508076
MÉTODO 6 - Aproximação de derivada.
Para o cálculo da raiz aproximada de um determinado número y, escrevemos y como

e utilizaremos a fórmula:

Onde:

é o número mais próximo de y que é quadrado perfeito (maior ou menor que x) e

é a diferença entre x e y ou entre y e x.
Exemplo: Vamos calcular a raiz quadrada de 7, ou seja,

.
O número quadrado perfeito mais próximo de 7 é 9, assim escrevemos: 7=9-2. Assim, temos

e

. Logo,
.
Na calculadora √7 = 2,6457513111
Outro exemplo: √5
√4 = 2
√9 = 3
√4 é o mais próximo.
logo:
Na calculadora √5 = 2,236067975
vídeo: